Histórico

O ingresso da primeira turma no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia (PPGE/UFBA) completou 50 anos em 2022. Desde o início das suas atividades, em 1972, na Faculdade de Educação (Faced), o PPGE já registrava uma prerrogativa de internacionalização, com a participação de professores estrangeiros vinculados ao projeto Unesco/BRA, bem como com a colaboração no Conselho Britânico. O objetivo foi capacitar, em nível de mestrado, docentes das Faculdades de Educação e demais Instituições de Ensino Superior (IES) da Bahia, Sergipe e Alagoas, com ingresso automático e conclusão de, no máximo, três anos, em serviço.

De 1972 a 1975, a Pesquisa Educacional foi a área de concentração do curso, alterada em 1975 para Ensino e Ciências Sociais Aplicadas. Após reforma curricular (de 1983 a 1987), passou para Educação Brasileira. Nos anos 1980, com seu desenvolvimento, o PPGE planejou o Curso de Doutorado em Educação (implantado em 1992 e reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [Capes] em 1995), com área de concentração em ‘Docência e Produção Científica’. Em 1993, foram estruturadas as linhas de pesquisa ‘Currículo e Tecnologias de Informação e Comunicação’, ‘Filosofia, Linguagem e Práxis Pedagógica’, ‘Políticas e Gestão da Educação’ e ‘Trabalho e Educação’.

Com a entrada do novo milênio (2000), altera-se a área de concentração para ‘Educação, Sociedade e Práxis Pedagógica’, que permanece até hoje e reafirma o compromisso com a educação pública de qualidade em todos os níveis e expressões. Como eixos inspiradores das linhas de pesquisa, temos a práxis educativa como mediação dos processos de constituição do sujeito e formas singulares na sociedade, bem com a pluralidade, a diversidade e a diferença como pressupostos da educação contemporânea.

‘Educação, Sociedade e Práxis Pedagógica’ são tomadas como um macroconceito que aponta para a complexidade formativa do PPGE, exigida por situar-se na Região Nordeste, ainda marcada por carências e necessidades múltiplas, especialmente no sistema educacional, em todas as dimensões e níveis, como atestam os índices nacionais. Além da necessidade de acolher a heterogeneidade dos processos e das demandas do Programa.

Com vistas a contemplar a dinâmica da produção de conhecimento no mundo contemporâneo e na Faced, em 2006 foram modificadas e ampliadas as linhas de pesquisa e alterada a matriz curricular (implantada em 2007), o que resultou em uma formação mais dinâmica, com redução no tempo de conclusão do curso; além de estímulo e centralização na atitude de pesquisa como princípio formativo. E, de igual modo, incentivo à cultura de produção, dinamicidade curricular, promoção da autogestão dos discentes para a formação com criatividade e maior envolvimento nos Grupos de Pesquisa.

Acompanhando as recomendações da área e as mudanças sociais, as linhas de pesquisa foram reorganizadas e/ou ampliadas em cinco, conforme os Grupos de Pesquisa e os temas dos professores: ‘Currículo e (In)formação’; ‘Linguagens, Subjetivações e Práxis Pedagógica’; ‘Política e Gestão da Educação’; ‘Educação, Cultura Corporal e Lazer’; ‘Educação e Diversidade’ (2013). A partir de 2007, o currículo passou a ser constituído por duas disciplinas obrigatórias gerais e três atividades obrigatórias, além dos Tópicos Especiais em Educação (TEE) e das disciplinas optativas. A partir de 2018, as atividades creditadas Projeto de Tese (2) e Projeto de Dissertação (1) passaram a ter caráter de disciplinas obrigatórias. No curso desses anos, criaram-se disciplinas, eliminaram-se outras e reduziu-se a creditação para conclusão dos cursos (mestrado e doutorado). E os objetivos do Programa ganharam maior precisão, chegando a 2013 com a seguinte formulação.

O objetivo geral do curso é a formação de profissionais qualificados para o exercício, prioritariamente, de atividades de ensino e pesquisa, bem como para a produção de conhecimento no campo da Educação. Especificamente, o PPGE/UFBA propõe-se a formar o pesquisador da educação capaz de elaborar e implementar projetos de ensino, pesquisa e extensão inovadores, assim como produzir conhecimentos teórico-metodológicos no campo da Educação comprometidos com a práxis pedagógica. E, desde então, vem promovendo uma política de gestão com normalizações que possibilitam um planejamento adequado ao crescimento e fortalecimento do PPGE, até a excelência nacional confirmada na avaliação de 2017 com a nota 5 e da ampliação da experiência de internacionalização.

Atentos ao Documento da Área de Educação e aos critérios de avaliação e autoavaliação, o Programa criou uma resolução de credenciamento provisório em 2010, que se tornou uma resolução de credenciamento/(re)credenciamento docente (Resolução nº 1, 17 de maio de 2013), com as seguintes alterações em 2014: inclusão, em seu art. 7º, que trata do recredenciamento docente, do § 2º: “Somente no caso do docente não possuir nenhuma orientação em andamento, bem como não atender aos requisitos do art. 3º, ele será automaticamente descredenciado, a qualquer tempo”. Em 2017, após alterações nos critérios avaliativos da Capes, atualizou-se a Resolução nº 1/2013 (Art. 2º, inc. I, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e inc. II; Art. 3º, caput, inc. II, alíneas ‘a’, ‘b’, inc. III, alínea ‘c’), assim dispondo:

Art. 2º, O docente interessado deverá encaminhar ofício solicitando credenciamento ao PPGE, anexando os seguintes documentos:

I – Plano de trabalho em que conste:

a) Linha de Pesquisa a que irá vincular-se; b) Disciplina(s) que pretende lecionar; c) Plano de publicação para o quadriênio (artigos, livros, capítulos de livro); d) Ações de integração entre graduação e pós-graduação; e) Previsão de pós-doutoramento ou modalidade afim; f) Articulação em redes interinstitucional, nacionais e/ou internacionais de pesquisa;

II – Projeto de pesquisa;

III – Curriculum Lattes atualizado com a produção dos últimos 04 anos anteriores ao ano da submissão do pedido de credenciamento;

IV – Anuência do Departamento ou instância correspondente de origem no caso de professores vinculados a outras instituições de ensino superior.

§ 1º. O credenciamento do docente ocorrerá em uma das três categorias a seguir: permanente, colaborador ou visitante.

§ 2º. O número de docentes permanentes deve corresponder a, no mínimo, 2/3 do corpo docente.

§ 3º. O credenciamento do professor visitante obedecerá a regras específicas definidas pelo Colegiado do PPGE.

§ 4º. A solicitação de credenciamento docente, juntamente com o parecer da linha de pesquisa, será encaminhada pelo Colegiado do PPGE, com a documentação pertinente, à comissão de avaliação de credenciamento.

§ 5º. A comissão de avaliação de credenciamento irá indicar, a partir dos critérios determinados nesta resolução, se o docente será credenciado no mestrado ou no mestrado e doutorado.

§ 6º. O docente credenciado no Mestrado terá o seu credenciamento aceito para o Doutorado quando cumprir todas as exigências para tal.

Art. 3°. Para a análise do pedido de credenciamento docente, a comissão de avaliação de credenciamento e o Colegiado do PPGE/UFBA levarão em conta os seguintes critérios:

I - Formação:

a) Ser Doutor, com diploma, e não constante em cadastro discente junto à Capes no ano da solicitação.

II - Produção bibliográfica com aderência a área de concentração do Programa:

a) indicadores de produção para credenciamento no Mestrado:

- média de 1 (um) produto bibliográfico qualificado ao ano, nos últimos quatro anos completos, com aderência à área de concentração do programa, sob forma de artigos científicos publicados em periódicos (classificados como Qualis A1, A2, B1 ou B2 na área de Educação), livros ou capítulos de livros (classificados com Qualis L2, L3 e L4 na área de Educação);

- destes 4 produtos qualificados, no mínimo, 3 artigos devem ser em periódicos.

- os 4 produtos qualificados não podem ser de autoria de mais de 3 autores;

- publicações no prelo (com comprovante de aceite cuja data esteja dentro do quadriênio em avaliação) podem integrar o quantitativo exigido;

b) indicadores de produção para credenciamento no Mestrado e Doutorado:

- média de 2 (dois) produtos bibliográficos qualificados ao ano, nos últimos quatro anos completos, sob forma de artigos científicos publicados em periódicos (classificados como Qualis A1, A2, B1 ou B2 na área de Educação), livros ou capítulos de livros (classificados como Qualis L3 ou L4 na área de Educação);

- destes 8 produtos, no mínimo, 4 artigos devem ser em periódicos;

- os 8 produtos não podem ser de autoria de mais de 3 autores;

- publicações no prelo (com comprovante de aceite cuja data esteja dentro do quadriênio em avaliação) podem integrar o quantitativo exigido.

III – Demais experiências comprovadas:

a) orientação de monografias de graduação, especialização ou iniciação científica;

b) projeto de pesquisa concluído;

c) docência de, no mínimo, 1 ano, em nível superior (estágio docente orientado e tirocínio docente não são considerados).

Em finais de 2019, com as alterações decorrentes da nova avaliação anunciada pela Capes, o Colegiado decidiu pela reformulação da Resolução, processo realizado em 2020. Nesse período, o credenciamento ficou temporariamente fechado. Para a construção desta nova resolução, a Comissão promoveu consulta aos documentos e à Coordenação da área da Educação na Capes. Consideraram-se, igualmente, os debates e as discussões dos Seminários de Avaliação promovidos pelo PPGE no quadriênio. A nova Resolução de credenciamento/recredenciamento e descredenciamento está em processo de finalização e deverá ser posteriormente apreciada pelos docentes e aprovada no Colegiado. A partir disso, o credenciamento será reaberto.

Com relação à Política de Qualificação da Produção Docente, há incentivos como: publicação conjunta entre orientadores e orientandos, com base nas pesquisas em andamento e nas já concluídas; organização dos dispositivos normativos, para maior clareza acerca da política e dos critérios de avaliação do Programa; apoio aos professores com baixa produção, para incentivar a publicação; apoio para a revisão de textos de publicação em língua estrangeira.

A meta do PPGE é a excelência internacional e o alcance do conceito 6/7. O planejamento estratégico do curso acompanha esta meta, construída por uma Política de Qualificação da Pós-Graduação, na UFBA e no Nordeste, numa perspectiva de internacionalização. Essa perspectiva se fortalece desde 2008, pois, desde então, o planejamento é continuamente aperfeiçoado com ações como: formação continuada e qualificada do quadro docente (incentivo ao pós-doutorado no exterior e no país); incentivo à participação em editais de pesquisa, formação e qualificação abertos por agências de fomento (internacionais, nacionais, regionais, estaduais e da própria Instituição); incentivo à participação dos docentes em instituições de pesquisa no exterior (como pesquisadores, professores visitantes, palestrantes, em eventos, minicursos, etc.); pesquisas em parcerias com IES nacionais e estrangeiras (formação de projetos em rede) e de cooperação internacional.

O Programa se organiza numa proposta inovadora de solidariedade, com diversas frentes. Uma dessas frentes consiste em credenciar no PPGE professores de IES de regiões próximas à UFBA, o que amplia o diálogo, a formação e a pesquisa. A experiência também se explicita em ações de extensão, em eventos acadêmicos e científicos, em seminários e cursos que envolvem outras IES, escolas de Educação Básica e outras instituições, do Brasil e do exterior. A qualificação de professores estrangeiros, por meio de convênios e acordos de cooperação internacional, projetou o Programa internacionalmente.

O Programa se mobiliza em diversas frentes. Em 2017, o PPGE elaborou um tema de Educação para a proposta da UFBA no Edital do Programa Institucional de Internacionalização da Capes (Capes/PrInt/UFBA), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC), o Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF), o Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento (DMMDC) e o Mestrado Profissional em Educação (MPED), uma das únicas propostas nacionais que possui a Educação como tema específico, que ao fim foi aprovada. Além deste, contribuiu com o Tema 8 – ‘Educação, Sujeitos e Ambientes na Perspectiva de Inovação Transformadora’ e o Tema 10 – ‘Estudos em Teoria e Prática de Gestão e Organização’, que integram os 19 temas da Proposta Institucional aprovada.

Nesse sentido, o PPGE apresenta excelência e relevância regional, nacional e internacional, na busca por alcançar o equilíbrio de uma formação qualificada na pesquisa e na formação que abarque questões locais e globais, bem como contribua com o desenvolvimento científico da área da Educação, com formação e transformação econômica e social. Trata-se de um inciativa relevante, por capacitar os egressos a elaborar e implementar projetos de pesquisa, ensino, extensão e gestão inovadores.

O potencial de cooperação internacional, já significativo, mostra-se cada vez mais crescente, por estabelecer e/ou ampliar parcerias de pesquisa e de intercâmbio científico e acadêmico entre IES que promovem a produção do conhecimento e a formação qualificada nos campos da Educação, da Ciência e da Tecnologia, com vistas a elevar o nível de internacionalização da pesquisa e da formação pós-graduada e favorecer a circulação internacional do conhecimento. Algumas parcerias são de longa data, outras mais recentes, mas o PPGE caminha no sentido de fortalecer cada vez mais essas parcerias e a cooperação internacional. Importa citar algumas instituições internacionais com quem mantivemos um contato intenso e aprofundamos parcerias, por meio de diversos projetos de cooperação internacional financiados (Capes/PrInt, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq) ao longo do quadriênio.

Significativas e contínuas ações podem ser citadas para confirmar esta projeção e qualificação do PPGE no plano internacional, em instituições parceiras e com financiamento de importantes agências de fomento, como o Capes/Print e o CNPq, com diversos países e instituições de pesquisa que dialogam com a pesquisa realizada no PPGE e colaboram e participam do conhecimento produzido no Programa, como, por exemplo, a Université de Strasbourg e a Université Paris XIII (França); a Universidade de Coimbra, a Universidade do Minho, a Universidade de Lisboa e a Universidade de Aveiro (Portugal); a Universidade de Vigo, a Universidade Autônoma de Madrid, a Universidade de Barcelona e a Universidade de Valência (Espanha); a Universidade de Roma (Itália); a Universidade Eduardo Mondlane e a Universidade Pedagógica de Maputo (Moçambique); a Universidad Politécnica Salesiana (Equador); a Universidad Nacional da Patagonia Austral e a Universidad Nacional de La Plata (Argentina), para citar algumas.

Esse empenho em relação à internacionalização pode ser observado em ações como a qualificação pós-doutoral docente, o estágio sanduíche discente, o Programa Professor Visitante, as visitas científicas em IES e/ou laboratórios, os minicursos e cursos, as palestras, os projetos e as publicações. Incentivamos o intercâmbio entre instituições de pesquisa e Ensino Superior, no sentido de contribuir para o enfrentamento, a superação e a produção de conhecimentos científicos na área da Educação.

Outro ponto que merece destaque no âmbito da cooperação internacional, da solidariedade e do desenvolvimento científico expressa-se na ação científica desenvolvida pelo PPGE/UFBA com a Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL), no Timor-Leste, desde 2012. Inicialmente, com a oferta de um Curso de Mestrado em Gestão e Avaliação em Educação no Timor-Leste. Essas atividades se ampliaram de outras formas e com novas possibilidades neste novo quadriênio, quando foi proposto um novo projeto de cooperação internacional do PPGE com a UNTL, financiado pelo governo do Timor-Leste. Este projeto de cooperação internacional abrange relações de intercâmbio de ambos os lados, cursos ministrados no exterior, intercâmbio estudantil, vinda de professores da UNTL ao PPGE (2019) e de professores do PPGE ao Timor-Leste (2018), além da finalização de dissertações de mestrado no Timor, referentes ao projeto anterior.

Ressalta-se ainda o expressivo número de avaliadores externos estrangeiros nas bancas de qualificação e de defesa dos mestrados e dos doutorados do Programa. Essa proposição já vinha sendo realizada desde 2008, mas, nestes quatro últimos anos, a ação foi fortalecida, o que contribui de forma efetiva com a pesquisa em andamento e, portanto, com a construção do conhecimento e o diálogo internacional. Uma outra forma de cooperação digna de nota refere-se à cooperação internacional estabelecida com instituições estrangeiras durante os estágios pós-doutorais, assim como os estágios de pesquisa com financiamento do país estrangeiro. Neste último quadriênio, tivemos dois estágios com financiamento externo, um na Itália (Universidade de Roma como financiadora) e outro nos Estados Unidos (financiada pela Fulbrigth).

Nacionalmente, o Programa também desenvolve inúmeras atividades de cooperação voltadas ao desenvolvimento regional. Nessa frente, já acumula a experiência de duas turmas fora de sede – Mestrado Interinstitucional (Minter) –, com a intenção de qualificar o corpo docente de duas universidades estaduais do interior da Bahia, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) (1994) e a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) (2007). No último quadriênio, também fortaleceu a Política de Solidariedade e Colaboração, em âmbito regional e internacional, com a contínua acolhida de estudantes estrangeiros, os Programas de Fomento da Capes, a busca por novas parcerias e a abertura de um Doutorado Interinstitucional (DINTER), aprovado em fins 2019, em parceria com o Instituto Federal de Ensino Técnico e Tecnológico do Sertão (IFRS), de Petrolina, PE (2020-2024).

No mesmo período, o PPGE/UFBA aperfeiçoou seus mecanismos de gestão, feitos por diretrizes administrativo-acadêmicas e ferramentas para elevar os indicadores de desempenho, como o incentivo à formação de redes de pesquisas com pesquisadores de outras IES, nacionais e estrangeiras; maior integração entre docentes e discentes; incentivo à parceria orientador-orientando (na pesquisa e na produção). Potencializou o trabalho científico e a formação de novas redes de pesquisa. Incentivou diversas dimensões da produção e difusão do conhecimento (eventos), com a produção de artigos, capítulos de livros, livros na íntegra, assim como com a apresentação em eventos e a divulgação de partes das pesquisas em Anais de importante eventos internacionais, nacionais e regionais, como a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e o Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste (Epen), por exemplo.

Há o cuidado em acompanhar os prazos para conclusão do curso, portanto o Programa fortaleceu a política de acompanhamento do mestrado, do doutorado e do pós-doutorado, para além do controle já exercido pelo orientador/supervisor. Essa tarefa passou a envolver o Colegiado, a Secretaria e a Coordenação, o que resultou em uma redução do tempo de conclusão do curso para os mestrandos e doutorandos, bem como na entrega do relatório completo no tempo previsto para o pós-doutorado. As produções são divulgadas em plataformas institucionais de acesso público e gratuito, como o Repositório Institucional da UFBA e o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), o que garante maior visibilidade à produção por parte do público em geral e da comunidade acadêmica em específico. Há avaliação docente por comissão interna e externa.

O descredenciamento é automático, caso o docente se encontre em desacordo com a Resolução em vigor. O credenciamento/recredenciamento é averiguado anualmente. E os projetos de pesquisa são avaliados pela Instituição, sob a responsabilidade de uma comissão interna (com docentes da UFBA) e de uma comissão externa (com pesquisadores do CNPq no país).

O marco legal que organiza o Programa é dado pela data de aprovação das resoluções: matrícula, credenciamento e recredenciamento; orientação; exame de qualificação; defesa; fluxo curricular; etc. Outras ações realizadas pelo Programa envolvem o incentivo à qualificação, expressa pelo auxílio a docentes e discentes, consoante ao documento da área; além de instrumentos normativos, estratégias e apoio à produção docente e discente, bem como apoio financeiro à participação em eventos nacionais/internacionais (trabalho completo aprovado e publicado).

A Política de Incentivo e Qualificação da Produção Docente/Discente ampliou-se com a publicação em periódicos qualificados, além da produção de livros na íntegra e capítulos de livros: um sobre o Programa e os Grupos de Pesquisa (2019) e outro sobre a produção científica qualificada do PPGE (2020). Como parâmetros da excelência da qualidade das produções do PPGE, citamos o Prêmio Capes de Tese, Edição 2019, na área de Educação (referente às teses defendidas em 2018). A vencedora foi a tese da Prof.ª Dr.ª Karina Moreira Menezes, do PPGE/UFBA, orientada pelo Prof. Dr. Nelson de Luca Pretto. E o Prêmio de Literatura Científica do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), Grupo de Trabalho Temático ‘Corpo e Cultura’ (Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte [Conbrace] e Congresso Internacional de Ciências do Esporte [Conice] de 2019), com o artigo de Thaís de Jesus Ferreira (doutoranda/orientanda) e Maria Cecilia de Paula Silva (docente/orientadora). Há, igualmente, o incentivo institucional expresso em:

  • Correção de manuscritos: a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PROPG) da UFBA possuía, de 2010 a 2015, um programa de apoio à correção em língua estrangeira e tradução de manuscritos com a empresa internacional American Journal Experts (534 manuscritos corrigidos). Após, a PROPG passou a operar com o sistema de reembolso direto ao docente;
  • Pagamento de taxa de publicação, mediante edital interno, em artigos científicos veiculados em períodos A1/A2 no Qualis Capes, após o aceite;
  • Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação (Paec): a UFBA, com a Organização dos Estados Americanos, por meio da PROPG e da Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI), participa do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras, um consórcio de universidades que visa à internacionalização nas IES associadas. O Paec é um dos programas mais fortes, com bolsas de IES brasileiras para mestrado e doutorado de estrangeiros americanos no Brasil. O PPGE/UFBA participa ativamente deste Programa, recebendo estudantes estrangeiros de toda a América Latina (Argentina, México, Colômbia, Peru, Venezuela, Nicarágua, Honduras, Chile e Cuba). Em 2020, o Programa recebeu 3 estudantes estrangeiros, todos para o mestrado; em 2019, foram 6 estudantes estrangeiros, 2 do mestrado e 4 do doutorado, provenientes da América Latina (4), do continente africano (2) e do continente europeu (2). Em 2018, recebeu 2 estudantes do mestrado via Paec. Em 2017, 2 do mestrado, via Paec, e 1 para o doutorado (Moçambique), por meio do Programa de Cooperação Internacional com países africanos. Em 2019, o PPGE teve o intercâmbio de uma professora italiana (Universidade de Roma). Até 2018, já havia recebido uma doutoranda do continente europeu (Portugal) e uma estudante italiana (intercâmbio entre a Universitá di Roma La Sapienza – Itália e o PPGE/Faced/UFBA), com o projeto Corpo, memória e tradição na instituição da comunidade e do sujeito em tempos de globalização, do Grupo História da Cultura Corporal, Educação, Esporte, Lazer e Sociedade (HCEL);
  • Programa Professor Visitante (Edital 2017/2018), que contratou 25 professores brasileiros e 26 estrangeiros, com vistas a aprimorar os Programas de Pós-Graduação stricto sensu e os Grupos de Pesquisa, com verba da UFBA e ações de orientação e coorientação, disciplinas e pesquisa. O Programa foi agraciado com 3 professores (2 estrangeiros e 1 brasileiro): a Prof.ª Verónica Sofia Ficoseco (Universidade Nacional da Argentina, de 12/2017 a 12/2019 e de 12/2019 a 12/2022), o Prof. Romualdo Portela (Universidade de São Paulo – USP –, de 8/2018 a 7/2019), ambos pelo Edital de Professor Visitante UFBA, e o Prof. Fernando Ilídio (Universidade de Braga, de 5 a 8/2018), pelo Edital da Capes (02/2014);
  • Divulgação semanal de defesas (dissertação e teses) para mais de 30 mil e-mails (www.agenda.ufba.br), conferindo maior visibilidade à produção do conhecimento dos PPGs stricto sensu;
  • Ações de fomento à graduação e à pós-graduação: a Pró Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (PROPCI), por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), concede bolsas de estudo financiadas por cotas divididas entre as seguintes instituições: a UFBA, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e o CNPq. Atualmente, o Programa institucional abre cinco editais: o Pibic, o Programa Pibic nas Ações Afirmativas (Pibic-AF), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), o Pibic Milton Santos e o Pibic Jr. Ao total, foram 1.310 bolsas concedidas até o momento: na graduação, 591 bolsas CNPq, 330 Fapesb e 378 UFBA; e na  pós-graduação,  11 bolsas Pibic Milton Santos.

O Pibic e o Pibic-AF visam formar em pesquisa (com financiamento do CNPq, da Fapesb e da UFBA); e o Pibiti, em pesquisa tecnológica e inovação (com financiamento da UFBA e do CNPq). Já o Pibic Júnior é destinado a estudantes do Ensino Médio de escolas públicas (com financiamento da UFBA e do CNPq). Os referidos programas preveem a concessão de bolsas por 12 meses, com diferenças apenas no valor (graduação ou Ensino Médio) e na carga horária (escolaridade e normas das agências). As agências de fomento delegam à PROPG (Coordenação e Comitê Local) a seleção e o acompanhamento das pesquisas, dos bolsistas e da avaliação de desempenho. São avaliados por um Comitê Externo composto por pesquisadores do CNPq no país.

O Programa participou desses projetos institucionais no último quadriênio com projetos de pesquisa dos docentes. Em muitas oportunidades, nossos mestrandos e doutorandos atuaram como tutores. De forma geral, em 2020, podemos citar um total de 30 bolsistas da graduação, orientados por 18 docentes do PPGE. No ano de 2019, participaram do Pibic 46 bolsistas da graduação, orientados por 26 docentes do PPGE. Em 2018, 34 bolsistas graduandos foram orientados por 14 docentes do PPGE. E em 2017, 23 bolsistas graduandos, orientados por 11 docentes do Programa. Em 2019, 20 monografias foram orientadas por 15 docentes do PPGE. Em 2018, foram 7 monografias orientadas por 4 docentes. E em 2017, 10 monografias, orientadas por 8 docentes do PPGE. No Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), em 2018/2019, houve 31 orientações pelo Programa. Em 2020, 20 Trabalhos de Conclusão de Curso de graduação foram orientados por docentes do PPGE.

Outro indicador de qualidade são os professores renomados nacional e internacionalmente, que, apesar de já terem se aposentado, continuam a contribuir com o PPGE, por meio Programa Especial de Participação de Professores Aposentados (Propap), nas atividades de pesquisa e ensino de pós-graduação. O vínculo com o Propap possibilita ações de ensino, pesquisa e extensão financiadas pela UFBA (ministrar aulas; orientar; desenvolver e/ou coordenar atividades de pesquisa e/ou extensão; compor Comissão Julgadora de dissertação, de tese, de concurso; encaminhar propostas de auxílio às agências de fomento nacionais ou internacionais cujo financiamento seja direto ao pesquisador; participar de grupos de pesquisa e/ou extensão). Ligados a este programa, no quadriênio, tivemos Robert Verhine, Miguel Bordas, Dinéa Muniz, Mary Arapiraca, Maria Couto Cunha, Theresinha Miranda e Robinson Tenório. E, em outros quadriênios, Maria Regina Antoniazzi (in memoriam), Rosilda Ferreira; Maria Antonieta Tourinho, Dora Leal Rosa, Vera Lucia Bueno Fartes e José Albertino Lordelo.

As linhas de pesquisa definem, em grande parte e com qualidade, a diversidade temática das produções científicas. Fortaleceram-se as linhas de pesquisa com novos credenciamentos como professores permanentes, em 2020, de nomes como Emília Amélia Costa Pinto Rodrigues, Gyseli Lima e Marcus Vinícius Oliveira. Em 2019, Rafael Siqueira de Guimarães, Verônica Sofía Ficoseco e Giovana Cristina Zen. Em 2018, Barbara Coelho Neves, Bruno Otávio de Lacerda Abrahão, Gilvanice Barbosa da Silva Musial, Marta Lícia Teles Brito de Jesus e Rodrigo da Silva Pereira. E de Dinéa Sobral Muniz (via Propap), Amanda Amantes Neiva Ribeiro e Maria Virginia Machado Dazzani como colaboradoras.

No último quadriênio, o Programa registrou o descredenciamento de Paulo Gurgel (2020), Robinson Moreira Tenório, Amanda Ribeiro (2019) e Suzana Pimentel (2017). A composição do corpo docente, em 2020, contou 38 professores permanentes, dentre os quais 1 professora visitante estrangeira (Edital UFBA 2017) e 6 colaboradores. Em 2019, com 36 professores permanentes, 6 colaboradores e 2 visitantes. Em 2018, com 34 professores permanentes, 5 colaboradores e 3 visitantes. E em 2017, com 36 professores permanentes e 4 colaboradores. A política empreendida pelo PPGE, como se vê, foi um sucesso.

Efetivaram-se a internacionalização e a solidariedade entre Programas, bem como as redes de pesquisa e de desenvolvimento científico nas áreas da Educação e das Ciências Humanas e Sociais. Neste último quadriênio, essa ação se intensificou. Uma das formas de expressão que podem ser citadas aqui são as Aulas Inaugurais e/ou Aulas Magnas neste período, que contemplaram o espectro da internacionalização, bem como temas importantes para a área, a sociedade e o desenvolvimento científico das Ciências Humanas e Sociais, com pesquisadores convidados estrangeiros e brasileiros de grande repercussão internacional e com temas de forte impacto científico e social, sempre na busca de parceiros que trabalhem em rede de cooperação. Todas essas atividades foram realizadas em parceria com outros Programas de Pós-Graduação da UFBA, das Humanidades e de outras áreas afins.

Em 2020, o Programa viveu importantes momentos. No primeiro semestre, a Aula Magna, com o tema Corpos Conhecimentos, proferida pelo Prof. Dr. Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra/Portugal), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Dança e outros Programas de Pós-graduação da UFBA; a Aula Magna proferida pela Prof.ª Dr.ª Lilia Schwarcz (USP) e o Prof. Dr. Ailton Krenak (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), com o tema De mal a pior: intolerância. Logo no início da pandemia de Covid-19, houve uma importante reflexão sobre a sociedade, a formação humana e as novas necessidades de produzir conhecimentos a partir dos impactos e desafios deste novo momento mundial. No semestre suplementar, destacam-se a Aula Inaugural, proferida pelo Prof. Dr. Robert Evan Vehine (UFBA), coordenador da área da Educação na Capes, e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA, Prof. Dr. Sérgio Luís Costa Ferreira, com o tema Política e avaliação da pós-graduação brasileira: desafios atuais. Em 2019, a Aula Inaugural do 1° semestre trouxe o tema Os usos políticos da História da Ciência, explorado pela Prof.ª Dr.ª Sandra Caponi (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC); e a do 2° semestre tratou das Políticas da Educação e da Pós-Graduação brasileira no tempo presente: perspectivas críticas, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Romualdo Luiz Portela de Oliveira (USP). Em 2018, no 1° semestre, o tema foi Ciências Humanas e imaginação: desafios do conhecimento e da pesquisa na atualidade, proferida pelo Prof. Dr. Luca Tateo, da Universidade de Aalborg, Dinamarca. No 2° semestre, foi realizada a mesa redonda Política de Pós-Graduação em Educação: acesso e permanência, tendo como convidados o professor visitante do PPGE Dr. Fernando Ilídio da Silva Ferreira (Universidade do Minho/Portugal), a coordenadora do PPGE, Prof.ª Dr.ª Maria Cecília de Paula Silva (PPGE/UFBA), a pró-reitora Cassia Virginia Bastos Maciel (Pró-Reitoria de Assistência Estudantil – Proae/UFBA) e o representante estudantil do PPGE, Átila Belens Ferreira dos Santos (PPGE/UFBA). Em 2017, o semestre foi inaugurado com uma palestra proferida pelo Prof. Dr. Gonzalo Ramon Navaza Blanco (Universidade de Vigo/ Espanha), com o tema Interculturalidade a partir das línguas galega, portuguesa e espanhola. No 2° semestre, o convidado foi o Prof. Dr. Joaquim Luis Medeiros Alcoforado (Universidade de Coimbra, Portugal), com o tema Fronteiras e proximidades políticas, territoriais, epistemológicas e educacionais.

A internacionalização pode ser comprovada por inúmeras outras atividades, como, por exemplo, os pós-doutorados de professores visitantes (ou equivalente), em dupla via, bem como pelas parcerias com universidades estrangeiras dos continentes americano, europeu, africano, asiático e da Oceania, como a Université de Strasbourg (FR), a Université Paris 13 (FR), a Universidade de Madrid (ES), a Universidade de Roma (IT), a Universidade de Coimbra (PT), a Universidade do Minho (PT), a Universidade de Lisboa (PT), a Universidade Laosa’e, de Timor Leste (Asia), La Trobe University (Austrália), a Universidade Eduardo Mondlane e a Universidade de Maputo (Moçambique), a Universidade Nacional de La Prata e a Universidade da Patagônia Austral (Argentina), para registro de algumas das universidades com que o PPGE possui pesquisas em rede e projetos de cooperação internacional.

A excelência da Instituição é comprovada, igualmente, pela significativa procura e execução de estágios pós-doutorais no PPGE, sob a supervisão dos nossos docentes. Neste quadriênio, vinte pós-doutorados foram finalizados com êxito, sendo quatro deles financiados com bolsas da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas (PNPD/Capes). Ressalta-se a dedicação dos docentes permanentes nas atividades de pesquisa, ensino, extensão, orientação (graduação e pós-graduação) e gestão, além ds participação em comissões diversas, internas e externas. A relação Sul-Sul também é considerada neste processo de internacionalização.

Com relação às disciplinas, o quadriênio finalizou com múltipla e adequada oferta e distribuição de disciplinas entre os professores do Programa, entre as disciplinas obrigatórias (OB), os TEEs, as disciplinas optativas (Op) e as atividades obrigatórias ou optativas. Um destaque importante, que demonstra a relevância dada à internacionalização neste quadriênio, é a aprovação da Instituição no Edital Capes/Print/UFBA. Nesse projeto, a UFBA elegeu 19 temas principais, dos quais dois estão diretamente relacionados à Educação: o Tema 8 – Educação, e o Tema 10 – Administração Educacional. Com o financiamento do Capes/PrInt, o PPGE totalizou 20 projetos aprovados e contemplados com financiamento no quadriênio: projetos de visita científica (4) na Europa, nos Estados Unidos e na África; estágios pós-doutorais na Europa (3), nos Estados Unidos (1) e na América Latina (1); doutorados sanduíches na América Latina (1), na Europa (8), na Oceania (1) e na Ásia (1). Em 2020, alguns dos projetos aprovados foram adiados para 2021, em função da pandemia. Outros foram interrompidos durante o processo. Alguns foram cumpridos com êxito, apesar da pandemia. Além do Capes/Print, o PPGE/UFBA contou com financiamento para a qualificação docente e discente no país, com recursos do CNPq e da Fapesb. Contou ainda com investimentos que garantiram o fortalecimento das pesquisas e dos projetos em rede no país. No último quadriênio, o CNPq financiou seis projetos de pós-doutoramento no Brasil (três em 2020, um em 2019 e dois em 2018). Nove bolsas foram financiadas pela UFBA, para discentes, em pequenos estágios de intercâmbio científico nacional/regional (quatro em 2019 e cinco em 2018).

O Programa registrou também estágios científicos nacionais e internacionais docentes e discentes com apoio institucional, embora sem financiamento (visitas e estágios científicos nacionais e internacionais, pós-doutoramentos).

Até 2020, o PPGE formou 904 mestres e 531 doutores, que contribuíram, prioritariamente, para a qualificação de docentes de Universidades Federais e Estaduais da Região Nordeste e demais regiões do país, bem como de universidades do exterior, além da formação de profissionais. Muitos desses egressos ocupam cargos de direção em órgãos dos Sistemas Federal, Estadual e Municipais de Ensino, no Brasil e no exterior, como, por exemplo, o reitor da Universidade Nacional Timor Lorosa’e, egresso do nosso PPGE, e as coordenadoras de oito Programas de Pós-Graduação das Universidades Estaduais da Bahia. Além disso, muitos egressos participam de Programas de Pós-Graduação no Brasil e no exterior. Com a política de internacionalização, adotada desde 2008, o PPGE formou diversos profissionais estrangeiros, dos seguintes continentes: América, Europa, Ásia e África.

Importa registrar que o PPGE é um dos mais concorridos da UFBA e da Região Nordeste do Brasil. Neste quadriênio, a média anual foi de 593,66 candidatos inscritos para a média de 110 vagas ofertadas, o que significa uma relação candidato/vaga de 5,4.

Em 2020, o processo seletivo (start 8/2019) ofertou 140 vagas (75 no mestrado e 65 no doutorado) e aprovou 84 candidatos (3 estrangeiros). No mestrado, de 218 inscritos, 176 foram homologados, 43 aprovados (15 PPPs [pessoas pretas ou pardas], 1 Quilombola) e mais 3 estrangeiros. No doutorado, foram 230 inscritos, 214 homologados e 44 aprovados (6 PPPs, 1 PCD [pessoa com deficiência]). Dos aprovados, 28 são do sexo masculino (13 mestrandos e 17 doutorandos), e 54 do sexo feminino (27 mestrandas e 27 doutorandas). Além desses, foram selecionados 15 estudantes (10 do sexo masculino e 5 do sexo feminino) pelo Dinter firmado como o IF-SertãoPE – Instituto Federal do Sertão Pernambucano.

Em 2019, o processo seletivo (start 9/2018) ofertou 100 vagas (50 no mestrado e 50 no doutorado) e aprovou 77 candidatos (6 estrangeiros). No mestrado, foram 273 inscritos, 202 homologados, 29 aprovados (10 PPPs, 1 PCD) e mais 2 estrangeiros. No doutorado, foram 257 inscritos, 225 homologados, 42 aprovados (10 PPP) e mais 4 estrangeiros. Dos aprovados, 29 são do sexo masculino (12 mestrandos e 17 doutorandos), e 48 do sexo feminino (19 mestrandas e 29 doutorandas).

Em 2018 (start 11/2017), 110 vagas foram ofertadas (60 no mestrado e 50 no doutorado), com 70 aprovados (4 estrangeiros). No mestrado, foram 325 inscritos, 245 homologados e 35 aprovados (6 PPPs, 1 PCD, 1 Trans). E no doutorado, 269 inscritos, 244 homologados, 31 aprovados (2 PPPs) e mais 4 estrangeiros. Dos aprovados, 31 são do sexo masculino (15 mestrandos e 16 doutorandos), e 39 do sexo feminino (20 mestrandas e 19 doutorandas).

Em 2017 (start 12/2016), foram ofertadas 92 vagas (58 no mestrado e 34 no doutorado), com 63 aprovados (3 estrangeiros). No mestrado, foram 430 inscritos, 310 homologados e 32 aprovados (2 estrangeiros). E no doutorado, 454 inscritos, 200 homologados e 31 aprovados (1 estrangeiro). Dos aprovados, 21 são do sexo masculino (9 mestrandos e 12 doutorandos), e 42 do sexo feminino (23 mestrandas e 19 doutorandas).

Percebemos uma constância na oferta de vagas e um ligeiro aumento de candidatos aprovados. Atentos aos critérios da área (número máximo de orientações e produção compatível), avaliamos como positiva a adoção de critérios para a abertura de vagas em cada seleção.

Com relação às matrículas de discentes, o ano de 2020 contou com um total de 301 matrículas de alunos regulares (novos alunos do PPGE e do Dinter, mais os antigos do mestrado e doutorado), além de estudantes de outros cursos. Isso decorre, em certa medida, do ano atípico que tivemos por conta da pandemia mundial de Covid-19, que exerceu um impacto gigantesco sobre a educação como um todo e sobre a pós-graduação em particular.

No que diz respeito às matrículas, o PPGE iniciou 2020 com 296 matrículas. Decorridas três semanas do semestre letivo, as atividades foram suspensas, por força da Portaria n° 103/2020, que dispõe sobre a suspensão das atividades na UFBA, devido à disseminação do novo Coronavírus (Covid-19), tendo em vista

Que a preservação da saúde da comunidade e da vida de professores, estudantes, técnicos e profissionais terceirizados é a maior prioridade da instituição;

Que, face ao prognóstico de rápida expansão, no decorrer das próximas semanas, da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, as medidas de distanciamento social são as mais eficazes e recomendadas para diminuir a curva de propagação;

A aprovação unânime pelo Conselho Universitário de medidas radicais de combate ao Coronavírus, em 18 de março de 2020.

O Conselho Universitário optou pela suspensão das atividades acadêmicas e administrativas da UFBA, ressalvadas as atividades essenciais e o funcionamento de determinados laboratórios e serviços, a partir de um plano estratégico definido pelos gestores e coordenadores de cada setor. E também resolveu que o Comitê de Acompanhamento do Coronavírus, criado pela Portaria nº 101/2020 da Reitoria da UFBA, acompanharia o curso da pandemia, com relatórios que consubstanciaram a decisão do Conselho Universitário de retomar as atividades na UFBA e do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão de determinar um novo calendário acadêmico. A partir de então, diversas medidas foram tomadas, e o ano de 2020 transcorreu com ações definidas a partir desta Portaria. Em reunião no dia 21 de julho de 2020, o Conselho Universitário tomou a decisão de realizar um semestre suplementar.

O semestre suplementar foi a alternativa para retornar as atividades acadêmicas e proteger a vida da comunidade e de docentes, discentes, técnicos e terceirizados, já que a pandemia do novo Coronavírus ainda estava em curso e mais agressiva e assustadora do que se previra em março, quando a Universidade, em observância às melhores orientações sanitárias, decidiu suspender as atividades acadêmicas e administrativas presenciais, com a manutenção apenas das essenciais, em resposta ao enfrentamento de tamanha emergência sanitária. Assim, a organização do semestre letivo se alterou. A oferta das disciplinas foi suspensa e houve continuidade das atividades e orientações. As bancas (de qualificação e de defesa, de mestrado e de doutorado) foram realizadas em caráter de excepcionalidade, de forma remota e após aprovação, por parte do Colegiado do Programa. Houve uma pequena alteração na organização anual do curso e, por decorrência, na oferta de disciplinas neste período, como, por exemplo, a oferta de componentes curriculares adaptados ou especialmente concebidos por vários docentes; o compartilhamento de carga horária; e a garantia aos estudantes de adesão e desligamento facultativo e integralização de carga horária curricular. Neste semestre suplementar, o Programa teve 296 matrículas.

Em 2019, o PPGE totalizou 685 matrículas de alunos regulares (254 no primeiro semestre e 431 no segundo, sendo 30 matrículas de outros cursos), além de 109 matrículas de alunos especiais. Em 2018, foram contabilizadas 198 matrículas de alunos regulares (74 no mestrado e 124 no doutorado) e 141 matrículas de alunos especiais. E em 2017, 176 matrículas regulares (74 no mestrado e 102 no doutorado) e 104 matrículas de alunos especiais.

A média de idade dos discentes do PPPGE no quadriênio 2017-2020 ficou na casa dos 38 anos. No doutorado, a média foi de 40 anos; e no mestrado, de 34.

A seleção de bolsas do PPGE, desde 2008, considera a condição social e econômica como relevante critério de seleção. Desde 2018, é feita conjuntamente pela Comissão Seleção do PPGE e a Proae. E desde 2018 também são consideradas as cotas na seleção de bolsas, a partir dos critérios adotados na seleção do PPGE (estrangeiros sem visto permanente, indígenas, quilombolas, pessoa com deficiência e pessoas trans – transexuais, transgêneros e travestis).

De todas as bolsas disponibilizadas em 2020 pela UFBA, o PPGE foi contemplado com 20 bolsas de mestrado e 24 de doutorado pela Capes; 2 de mestrado e 4 de doutorado disponibilizadas pelo CNPq; e 10 de mestrado e 10 de doutorado da Fapesb. Além dessas, em 2020, o Programa recebeu 9 bolsas de instituições públicas do Estado da Bahia, sendo 7 para doutorandos e 2 para mestrandos.

Em 2019, o Programa recebeu o apoio das seguintes agências: Capes (13 bolsas de mestrado e 20 de doutorado), CNPq (3 bolsas de mestrado e 4 de doutorado) e Fapesb (7 bolsas de mestrado e 4 de doutorado), além de uma bolsa PNPD de pós-doutorado (Prof. Francisco Nunes, Universidade do Sudoeste da Bahia, de 05/2019 a 04/2020). Em 2018, foram recebidas 15 bolsas de mestrado e 20 de doutorado da Capes; 2 bolsas de mestrado e 4 de doutorado do CNPq; e 11 bolsas de mestrado e 14 de doutorado da Fapesb; além de uma bolsa PNPD (Prof. Marcelo Dias, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, de 04/2018 a 03/2019. Em 2017, para o mestrado, foram recebidas 14 bolsas Capes (13 cotas do curso e 1 cota PRPG), 2 bolsas CNPq e 18 bolsas Fapesb; e para o Doutorado, 20 bolsas Capes (cota do curso), 1 bolsa Capes/PEC-PG, 4 bolsas CNPq e 12 bolsas Fapesb, além de uma bolsa PNPD (Prof. Alex Alves, Instituto Federal da Bahia, de 04/2017 a 03/2018).

Com relação à produção total de teses e dissertações, no último quadriênio, foram defendidas 125 dissertações e 75 teses. No ano de 2020, foram 28 no mestrado e 21 no doutorado. Em 2019, 34 no mestrado e 28 no doutorado. Em 2018, 39 no mestrado e 13 no doutorado. Em 2017, 24 no mestrado e 13 no doutorado. O Programa obteve sucesso em diminuir o tempo de conclusão do curso. O tempo regimental previsto para conclusão do mestrado é 30 meses (24 meses, mais 6 meses condicionado); e para o doutorado, de 48 meses. O tempo de conclusão foi menor que o indicado pela área e pelo regimento neste quadriênio, tanto no mestrado (2019/25 meses, 2018/23 meses e 2017/24 meses) quanto no doutorado (2019/46 meses, 2018/47 meses e 2017/45 meses).

A Capes considera como demonstrativo da qualidade do Programa o tempo médio de conclusão dos cursos de mestrado e doutorado. Este é um importante indicativo, que vale a pena destacar: no quadriênio 2017-2020, sem considerar o ano de 2020, o PPGE ficou com uma média abaixo da indicada pela CAPES, tanto no mestrado quanto no doutorado, considerando os anos de 2017, 2018 e 2019. No mestrado, o tempo médio ficou em 24 meses; e no doutorado, em 46 meses.

Sem a pretensão de esgotar o tema, ressaltamos que a complexidade e o alto nível dos estudos e das pesquisas dos ‘espaços-territórios’ das linhas e dos Grupos de Pesquisa do PPPGE/UFBA desvelam a riqueza e a diversidade de abordagens teóricas, metodológicas e práticas, que impulsiona o Programa para uma produção do conhecimento inovadora e atual. Anunciam, igualmente, a presença de um currículo dinâmico e de uma abordagem ‘híbrida’, que permitem o entrecruzamento entre áreas diversas da pesquisa educacional. A construção de disciplinas autônomas, com temas relevantes para cada uma das linhas/Grupos de Pesquisa e vínculos entre epistemologias clássicas e as novas epistemes, é um dos pontos altos do Programa.

A diversidade de temas, abordagens e técnicas de pesquisa se constitui, paradoxalmente, na identidade do PPGE, confirmada pela excelência do trabalho desenvolvido pelos docentes, Grupos de Pesquisa, projetos de pesquisa, extensão, ensino e gestão, pelos artigos científicos e capítulos de livros, pelas teses, dissertações e premiações produzidas ao longo dos 50 anos de existência do Programa. Registra-se, igualmente, a excelência dos profissionais formados no PPGE, que continuam, com competência e rigor, a tarefa da pesquisa e da formação com referência no social.

Outro parâmetro de excelência se traduz no estabelecimento de redes de pesquisa com pesquisadoras e pesquisadores de reconhecida competência técnica e compromisso político, com instituições científicas e educacionais do Brasil e do exterior. Este parâmetro confirma a vocação de internacionalização deste Programa, desde sua criação. Dos espaços intersticiais formados, espera-se sua ampliação e seu aprofundamento, derivados dos benefícios assegurados pela elevada qualidade do Programa e fortalecidos pela viabilidade da gestão colegiada, por um cuidado com a produção socialmente referenciada e interessada, e por uma fortalecida práxis pedagógica para o desenvolvimento científico na área.

Isso depende, igualmente, da avaliação cuidadosa por parte da Capes, em relação à excelência das pesquisas desenvolvidas, ao reconhecimento de uma produção científica e uma formação altamente qualificadas, assim como seus recursos humanos e materiais. Grandes mudanças, derivadas de reajustes diversos, resultaram em ganhos. Contudo o futuro do PPGE não está predeterminado pela ação interna de suas pesquisadoras e pesquisadores, pois também depende de decisões políticas (agentes estatais) e da determinação de ações e incentivos que garantam a excelência alcançada e possibilitem a sua continuação e ampliação.

Cabe salientar que em 2022 o PPGE completou seus 50 anos, mas, ao contrário de fechar um ciclo, anuncia-se um novo e grande desafio a ser assumido por toda a comunidade docente, discente, técnica e terceirizada que ligada ao Programa. Um desafio que o enfrentamento decorrente da pandemia do novo coronavírus COVID-19 nos impôs, mas não só ele como também as condições precárias por que estamos a passar decorrentes do sistemático corte de verbas para a educação, pesquisa e desenvolvimento científico, tecnológico e inovação. Registra-se que em, contrapartida, buscamos nos fortalecer em termos de qualificar a formação e a pesquisa desenvolvida por este Programa, ampliar as redes de cooperação nacional e internacional, acolher os estudantes com o que se tem de mais atual na produção do conhecimento da área da educação com vistas a potencializar o desenvolvimento científico e social da região e do país, bem como ampliar o compromisso fundamental com a educação pública de qualidade e com a pesquisa inovadora.

Ademais, reafirmar o compromisso e constante esforço para alcançarmos uma educação com políticas efetivas e garantia de condições mais equânimes de acesso, aproveitamento, trabalho e práxis pedagógica na comunidade e sociedade. Em síntese, qualificar ainda mais a qualidade da formação, da pesquisa e das redes de relação nacionais e internacionais. O PPGE/UFBA tem compromisso com a educação crítica e inovadora e no ano em que completa 50 anos recebe o extraordinário reconhecimento da sua excelência acadêmica, a despeito das dificuldades impostas pelo governo central nesta quadra histórica.

Ao longo de sua história, nas mais diversas linhas, a nossa pós-graduação stricto sensu já formou cerce 600 doutores(as) e 1.000 mestres(as). Com um pé nos Territórios de Identidade da Bahia e outro no mundo, o Programa mantém relações internacionais em todos os continentes e abraçará ainda mais a luta pelo fortalecimento da pós-graduação nas regiões em processo de consolidação. Seguiremos afirmando a ciência, a educação e a formação como desafios estratégicos para justiça social e assim contribuindo para um Brasil à altura do nosso tempo!

 

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